Mount Whitney, Sequoia NP, California, USA
Dia 18 - 09.IX.2010
Início - Wallace Creek (3200m)
Final - Whitney Portal (2500m)
Distância - 40km
Subida - 1600m
Descida - 2200m
Último dia, apesar de ainda não o sabermos. A temperatura nocturna, tal como previsto, atingiu os 7 negativos, mas acordámos debaixo de um sol radioso. Menos mal. Ainda não tinhamos decidido até onde ir neste dia. Dependendo do tempo e do cansaço podiamos ficar no sopé do Whitney e fazer a ascenção no dia seguinte. Ou, se estivéssemos mesmo bem e o tempo continuasse perfeito, seguiamos já hoje. Logo se via. Durante o percurso ainda passámos por locais cobertos de branco, tinha nevado durante a noite em muitas zonas mais elevadas. Como passávamos perto de uma casa de rangers, fomos perguntar que tal ia estar o tempo, agora estava sol mas as tempestades chegam à tarde. Boas notícias, tempo estável, sol e sem vento. Decidimos nesse momento tentar fazer o resto do percurso ainda hoje. Iriam ser 40km em altitude com a ascenção dos 4424m do Whitney, mas estávamos bem e o tempo ia mesmo estar perfeito, era a nossa janela de oportunidade. Subimos ao Guitar Lake, um lago com a forma de guitarra, tal como o nome indica, onde almoçamos. Uma bela massa, a única que sobrava, para termos energia para a brutal ascenção que aí começava. Sobe, sobe e depois sobe mais um pouco. A determinada altura o trilho junta-se ao que vem do Whitney Portal, o local de onde muita gente parte para ascender ao cume num só dia. Acabou assim o sossego das últimas semanas. Terminou a wilderness. Tal como no Half Dome, no longínquo primeiro dia, este pessoal vem apenas com uma pequena mochila e água. Malditos sejam :D Mas a verdade é que com a aclimatação e preparação que tínhamos, e as mochilas já sem comida, e como tal sem demasiado peso, não houve problema algum em acompanhar. O Monte Whitney, apesar da altitude, é tecnicamente muito fácil. O caminho, mesmo quando passa ao lado de precipícios, é sempre seguro, largo, com uma inclinação muito razoável. O cume em si é amplo, redondo, com um abrigo de emergência no topo onde alguns passam a noite para ver o nascer do sol. E as vistas? Desimpedidas, 360º, afinal trata-se do ponto mais alto dos 48 estados contíguos dos EUA, sendo que no Alaska o Denali é bem maior (e mais difícil). Oficialmente este é o fim do John Muir Trail, acabámos! Deste ponto tínhamos no entanto 2000m verticais até chegar à civilização. Foi sempre a correr até lá abaixo, onde chegámos apenas às 8 e tal, já noite cerrada. Os últimos kms foram particularmente difíceis, já de noite, à luz de frontal, o raio do caminho teimava em não descer. Mas desceu mesmo. Um ano de planeamento prévio, 18 dias e 380km a andar. Tinhamos chegado ao fim, exaustos mas felizes, fizemos o mítico John Muir Trail sem incidentes. Adeus, até à próxima ;)